Sra. Simon
Madame Nilza ouve e recomenda:
“Eu já fui di você...
Eu já fui di você...
Meu amor eu não me esqueço que eu já fui di vocêeeee!”

 Gino e Geno - Eu já fui de você


Madame Nilza se casou cedo.
Com 19 anos já estava casada com seu único marido, Sr. Simon. Fazendo Madame deixar seu sobrenome de típica nordestina brasileira, Silva, para vir a ser a tão nobre Sra. Simon.
Este sobrenome provém da Hungria, caso haja curiosidade, mas isso será abordagem para outra data.

Madame viveu com o seu marido durante aproximadamente quinze anos, quando ele adoeceu, ele contraiu uma doença que na época em questão era muito rara. Câncer no intestino.
Ele passou por algumas cirurgias até que seu intestino foi totalmente retirado e substituído por uma bolsa, o médico estipulou que ele teria no máximo três anos de vida, mas sua sentença de morte estava errada, ele durou apenas três meses.
Madame Nilza ficou arrasada com a perda do marido, e seus filhos também.

Foi uma época trágica na família de Madame, após gastar muito dinheiro com remédios para seu moribundo marido, ele veio a falecer, deixando Madame com quatro filhos para criar, mais a mãe louca do marido.
Mas isso não foi motivo para abater Madame Nilza, ela trabalhava em dois empregos para sustentar a família, e ainda cuidava da casa, dos filhos e da sogra louca {que também vai ser motivo de post futuramente.}!
Algum tempo depois a velha morreu e os filhos seguiram seus caminhos.
Nilza, que sempre foi adepta aos namoros, esta época trabalhava numa casa de bailes. Nesta casa ela trabalhava no bar e nos dias em que tinha bingo ela que cantava.
{Já fui em alguns bingos cantados pela Madame, mas era tão pequena que nem lembro se ganhei alguma coisa, mas lembro que tomei muitas coca-cola em garrafa de vidro naquele bar.}
Mas Madame sempre dançava muito, e numa dessas danças ela conheceu um senhor que se apaixonou por ela. Ela dançava sempre com ele, se é que me entendem...
Porém, a vida é curta pra algumas figuras e este, assim como seu marido, foi-se para o outro mundo.

Passado pouco tempo Madame já tinha outro pretendente, o Naná. Este conhecido bem até pela família da Nilza, tinha o sonho de namorar sério com ela e quem sabe até casar.
Mas a nossa diva não curtia esse tipo de relacionamento mais, com filhos criados e cada um na sua própria família, uma vida bem estruturada, com casa, carro, emprego, independência e par para dançar no baile, quem precisaria se casar?
Nilza estava bem com seu companheiro de baile, e caso ele não aparecesse em alguma noite, nada a impedia de arrumar outro, simples assim.
Basta estar vivo pra morrer, é o que diz o ditado e lá se foi mais um.
Mas a vida continua pra quem permanece do lado de cá!
Madame continuou indo aos seus bailes e dançando muito, como dizem hoje, sempre “na pista pra negócio”!

Conta a lenda que Madame Nilza enterrou um marido e dois namorados, mas nunca saberemos ao certo pois houveram muitos que foram apenas companheiros de valsa.

Uma vez, ao ajudar a ilustre Madame organizar uma agenda de telefones, fui perguntando quem era cada nome que lia:

Eu: Anália?
M. Nilza: nem precisa colocar o telefone desta!
Eu: ...
M. Nilza: morreu!

Eu: Caetano?
M. Nilza: hum... num sei muito bem... nem coloca que eu não vou ligar!

Eu: Edmundo?
M. Nilza: nem é mais famoso, apaga!

Eu: Genovívina?
M. Nilza: Já foi tarde, essa velha filha de uma ronca e fuça! Nem sei porque cargas d’água tenho o telefone dela ai!

Eu: O telefone da Jovelina continua esse?
M. Nilza: essa infiliz da Jô nem me liga mais, nem vem aqui, eu é que não vou ligar pra essa viada!

Obs. Jô é a antiga companheira de baile, amiga da Madame.

Eu: Lino?
M. Nilza: apelido bonito do menino, né? Claro, se chamava... Albertolino Oriosvaldo. Mãe criativa e ingrata. Já faz tanto tempo, acho que ele nem lembra mais de nada, deve já tá caduco e rabugento. O próximo?

Eu: Valdomiro?
M. Nilza: nossa! Fiquei sabendo que foi preso há um tempo atrás, eu sempre soube que ele era malandro, aquele safado, sem vergonha, sempre aprontava com quem não conhecia ele direito...

E por aí vai a lista de desconhecidos, falecidos, ex-amigos, entre outros contatos de Madame Nilza.

Percebe-se que Madame sempre mantém seu vocabulário limpo e culto!
Uma semana com ela é tempo suficiente para aprender as mais diversas formas de elogiar alguém de forma graciosa e com simples dialetos.

Madame Nilza volta em breve, com muito mais cultura e sabedoria para transmitir a todos!

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1 Response
  1. Ela tem MUITOS AMIGOS né ¬¬ bom demais o texto, é gostoso de ler.


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