Apesar de tudo, Madame Nilza era uma típica menina do interior de Alagoas e depois de chegar à São Paulo, não esqueceu suas raízes nem por um momento.
Se casou cedo, como todas as meninas do interior, com seus 19 anos.
Madame casou-se virgem, como toda moça de respeito deveria fazer.
Foi à lua-de-mel e para provar a todos que era uma moça de respeito além da conta e da língua das vizinhas, voltou virgem!
Madame Nilza nada sabia dos prazeres, quer dizer, dos pecados da vida e aprovetou a lua-de-mel em companhia do seu recém feito esposo para passear e curtir bons momentos e belas paisagens ao seu lado.
Porém, em pouco tempo depois da volta do casal Madame Nilza cedeu as vontades de seu marido, como toda boa esposa deve fazer, cumprindo com os deveres de esposa.
Conversando com Madame sobre esse comportamento notável e honrável da jovem dama antes e durante os primeiros momentos de seu casamento, deparei me com o seguinte comentário:
"Eu era tão ingênua e boba. Se soubesse como as coisas eram antes, não tinha nem sequer esperado o casamento para dar!"
E o assunto se encerra com mais um conselho da Madame Nilza:
"Hoje em dia ninguém se casa virgem. Se as moças dão antes de casar, não vejo razão nenhuma para sair do conforto da casa dos pais para virar dona de casa, cumprir com as obrigações de esposa e dona do lar, e ainda cuidar de um marmanjo. Poderiam simplesmente continuar o namoro por longos anos e ter muito mais benefícios e mimos. Esse negócio de casar só servia mesmo pra poder dar a vontade, mas hoje em dia, no auge da modernidade, aconselho a todas que não deixem a casa de suas famílias por um casamento que não ofereça benefícios equivalentes aos que você já tem."
Se casou cedo, como todas as meninas do interior, com seus 19 anos.
Madame casou-se virgem, como toda moça de respeito deveria fazer.
Foi à lua-de-mel e para provar a todos que era uma moça de respeito além da conta e da língua das vizinhas, voltou virgem!
Madame Nilza nada sabia dos prazeres, quer dizer, dos pecados da vida e aprovetou a lua-de-mel em companhia do seu recém feito esposo para passear e curtir bons momentos e belas paisagens ao seu lado.
Porém, em pouco tempo depois da volta do casal Madame Nilza cedeu as vontades de seu marido, como toda boa esposa deve fazer, cumprindo com os deveres de esposa.
Conversando com Madame sobre esse comportamento notável e honrável da jovem dama antes e durante os primeiros momentos de seu casamento, deparei me com o seguinte comentário:
"Eu era tão ingênua e boba. Se soubesse como as coisas eram antes, não tinha nem sequer esperado o casamento para dar!"
E o assunto se encerra com mais um conselho da Madame Nilza:
"Hoje em dia ninguém se casa virgem. Se as moças dão antes de casar, não vejo razão nenhuma para sair do conforto da casa dos pais para virar dona de casa, cumprir com as obrigações de esposa e dona do lar, e ainda cuidar de um marmanjo. Poderiam simplesmente continuar o namoro por longos anos e ter muito mais benefícios e mimos. Esse negócio de casar só servia mesmo pra poder dar a vontade, mas hoje em dia, no auge da modernidade, aconselho a todas que não deixem a casa de suas famílias por um casamento que não ofereça benefícios equivalentes aos que você já tem."
Madame Nilza tinha uma fiel amiga de bailes, Jovelina, intimamente chamada de Jô.
Após uma longa sexta-feira de trabalho em dois empregos {esta sexta-feira que bem podia ser uma segunda, terça, quarta, domingo, não fazia diferença para Madame} Madame Nilza chegava em casa exausta, tomava seu banho quente, se colocava na sua glamourosa camisola azul com rendas.
Uma camisola comprada numa época de vacas gordas, uma das raras e rápidas épocas das vacas gordas, por isso todo o glamour.
Deitava-se confortável em sua cama e tocava o telefone...
Jô: Oi Nilzinhaaaaa!
Madame: Espero que tenha um bom motivo pra me incomodar uma hora dessas...
Jô: Vamos pro baile, descobri que umas pessoas interessantes vão hoje e...
Madame: Passa aqui, to no portão em cinco minutos!
Jô: Legal nilza, vamos fazer assim...
Nilza: ... {Desligou o telefone}
Jô: ... {Nilza Louca!}
É o tempo de levantar da cama, dar uma desamassada na camisola, calçar a sandália alta e passar uma maquiagem relampágo.
Jô chega para pegá-la e vê Madame num lindo vestido azul, com renda no decote, pensa: "Que charme, ela devia já estar pronta, essa safada."
Elas chegam no baile e dançam muito, se jogam na pista.
Madame faz sucesso com seu vestido-antiga-camisola-azul-com-renda-no-decote.
Depois de algum tempo, aparece um par mais interessante para dançar com a Madame Nilza. Ela aceita, claro!
Mais tarde, Jô já tá só o pó. Sol se preparando para nascer, quase clariando o dia, Jô procura a Madame para partirem, mas Madame Nilza já não está mais no baile.
Jô ainda dá um tempo pra ver se ela aparece, mas depois de mais de uma hora de espera, nada.
Que falta faz um celular... Ou não, pois com certeza atrapalharia as peripécias da Madame.
Pela manhã, Madame chega em casa. Tem poucas horas pra descansar, pois logo vai acordar para mais um dia de trabalho.
Mas ela nem liga, se divertiu, Jô já está acostumada com suas sumidas, por isso mesmo nem vão mais com o carro da Madame Nilza, pois ela já sumiu diversas vezes e deixou a pobre Jô largada no baile.
Uma boa amiga, uma camisola nova e muito ânimo é suficiente para diversão e uma boa noite para Madame Nilza.
"Se no céu só tem anjinho, acho que não é uma boa idéia ir pra lá..."
Apenas uma vida bem vivida.
Após uma longa sexta-feira de trabalho em dois empregos {esta sexta-feira que bem podia ser uma segunda, terça, quarta, domingo, não fazia diferença para Madame} Madame Nilza chegava em casa exausta, tomava seu banho quente, se colocava na sua glamourosa camisola azul com rendas.
Uma camisola comprada numa época de vacas gordas, uma das raras e rápidas épocas das vacas gordas, por isso todo o glamour.
Deitava-se confortável em sua cama e tocava o telefone...
Jô: Oi Nilzinhaaaaa!
Madame: Espero que tenha um bom motivo pra me incomodar uma hora dessas...
Jô: Vamos pro baile, descobri que umas pessoas interessantes vão hoje e...
Madame: Passa aqui, to no portão em cinco minutos!
Jô: Legal nilza, vamos fazer assim...
Nilza: ... {Desligou o telefone}
Jô: ... {Nilza Louca!}
É o tempo de levantar da cama, dar uma desamassada na camisola, calçar a sandália alta e passar uma maquiagem relampágo.
Jô chega para pegá-la e vê Madame num lindo vestido azul, com renda no decote, pensa: "Que charme, ela devia já estar pronta, essa safada."
Elas chegam no baile e dançam muito, se jogam na pista.
Madame faz sucesso com seu vestido-antiga-camisola-azul-com-renda-no-decote.
Depois de algum tempo, aparece um par mais interessante para dançar com a Madame Nilza. Ela aceita, claro!
Mais tarde, Jô já tá só o pó. Sol se preparando para nascer, quase clariando o dia, Jô procura a Madame para partirem, mas Madame Nilza já não está mais no baile.
Jô ainda dá um tempo pra ver se ela aparece, mas depois de mais de uma hora de espera, nada.
Que falta faz um celular... Ou não, pois com certeza atrapalharia as peripécias da Madame.
Pela manhã, Madame chega em casa. Tem poucas horas pra descansar, pois logo vai acordar para mais um dia de trabalho.
Mas ela nem liga, se divertiu, Jô já está acostumada com suas sumidas, por isso mesmo nem vão mais com o carro da Madame Nilza, pois ela já sumiu diversas vezes e deixou a pobre Jô largada no baile.
Uma boa amiga, uma camisola nova e muito ânimo é suficiente para diversão e uma boa noite para Madame Nilza.
"Se no céu só tem anjinho, acho que não é uma boa idéia ir pra lá..."
Apenas uma vida bem vivida.